Bancos e instituições financeiras são os maiores credores dos brasileiros

 

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Conviver com as dívidas é um problema que afeta uma parte considerável dos brasileiros. Atualmente, 71,74 milhões de pessoas no país estão inadimplentes com um ou mais credores. Os números, presentes no Mapa Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, foram produzidos pelo órgão de proteção ao crédito, e referem-se ao último mês de agosto.

A dívida total chega a R$ 355 bilhões, valor 0,95% maior do que o registrado em julho. A maior parte desse montante (29,29%) foi contraída junto a bancos e serviços de cartão de crédito. Outros 15,3% são de devedores cujos rendimentos estão comprometidos com instituições financeiras. “O problema de ter que encarar as multas e os juros bancários é que eles são simplesmente astronômicos”, admite Bárbara Jennifer Rodrigues Resende, advogada do escritório Montalvão & Souza Lima Advocacia de Negócios.

A publicação do Banco Central (BC) - Estatísticas Monetárias e de Crédito confirma o cenário. No último mês de julho, a taxa média de juros das concessões de crédito livre estava em 44,3% ao ano. A variação desse índice nos últimos 12 meses mostra que houve um aumento de 3,9 pontos percentuais. Ou seja, houve um encarecimento dos juros praticados pelo mercado.

“A união entre a cobrança pesada de juros e a falta de organização para quitar os compromissos é um dos motivos que ajudam a explicar o tamanho da inadimplência no Brasil. Mas isso não significa que é um problema sem solução. O primeiro passo é o mais importante: reconhecer que existe gargalo nas contas e tentar estancá-lo a todo custo”, orienta a advogada. “Isto significa fazer as contas, calcular quanto as dívidas consomem do seu orçamento e se preparar para renegociar com o banco”, complementa.

Há casos, segundo a advogada Bárbara Jennifer Rodrigues Resende, em que o pagamento dos juros é superior à própria dívida, devendo se observar também a aplicação de juros abusivos. Estas e outras circunstâncias merecem uma negociação mais incisiva com a instituição. “São situações que merecem um suporte especializado, não apenas para dialogar com o banco, mas também para considerar uma ação de ressarcimento de valores pagos a maior, ou uma ação revisional dos juros aplicados, caso seja identificado juros abusivos. Um escritório especializado é o caminho mais adequado para se conseguir isso”, pontua.

Entretanto, sustenta a jurista, é importante que haja uma reorganização financeira por parte do devedor para diminuir o impacto no orçamento. Isso exige disciplina, para que uma dívida não seja trocada por outra. “A mudança de rota financeira exige muita disciplina, porque o devedor pode confundir a redução com receita, e acabar consumindo novamente. Reorganizar a vida financeira é abrir mão do consumo exagerado. A renegociação com os bancos é só um passo desse processo, que é bastante complexo”, afirma a advogada da Montalvão & Souza Lima.

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