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A abertura quase que irrestrita da inteligência artificial a todos os usuários da internet criou um estado de calamidade em muitos setores econômicos. São muitas profissões que passaram a ficar sob risco de extinção, e os próprios desenvolvedores de IA admitem que o potencial de avanço dessas ferramentas ainda está só no começo em termos de exploração.
Pode parecer uma novidade para muitos profissionais, mas essa já é uma realidade pela qual a construção civil vem passando há alguns anos. O resultado é que as equipes que atuam em empreendimentos imobiliários estão cada vez mais enxutas, porém, na contramão, as empresas do setor elevaram a produtividade a níveis nunca antes alcançados.
“A construção civil não utiliza exatamente ferramentas de inteligência artificial que dão respostas prontas. Mas hoje operamos em plataformas que permitem respostas mais rápidas, minuciosas e eficientes, e os profissionais do setor devem acompanhar esse nível de exigência”, explica Laura Paiva, BIM Manager e sócia da Projelet, empresa de engenharia e arquitetura especializada em soluções inteligentes para a construção civil.
O setor passou por sua maior transformação em séculos ao criar e adotar o BIM, uma ferramenta que unifica os profissionais qualificados que atuam na construção num único ambiente. Através dele, é possível antever, detalhadamente, todas as etapas da construção, desde o projeto inicial até a entrega do empreendimento.
“Antes era cada um por si. Cada profissional ia quase que autonomamente resolver o que lhe competia na obra. Hoje tudo é previamente pensado e discutido conjuntamente, dentro do BIM, de modo que as edificações estão mais inteligentes e perfeitamente adequadas a um projeto produzido a várias mãos”, revela Laura.
Menos gente, mais produtividade
Essa mudança de realidade vem estreitando os diálogos entre os profissionais envolvidos no empreendimento, o que também ajudou a descartar a necessidade de equipes numerosas. É o que mostra um estudo desenvolvido pela Softplan, uma empresa de tecnologia da informação, por meio de uma plataforma amplamente usada por empresas da construção civil.
Segundo o estudo, a transformação digital elevou a produtividade das companhias do setor em 60%, e, ao mesmo tempo, reduziu as equipes em 30%. O resultado disso é que as empresas que utilizam o recurso conseguem concluir os empreendimentos pela metade do tempo do que gastam outras empreiteiras, e a um custo 34% menor.
“É esta a busca que o mercado vem promovendo hoje: por profissionais qualificados, que saibam operar ferramentas que impactam positivamente na produtividade das empresas. Estamos vivenciando já há algum tempo uma revolução que vai exigir mais dos novos perfis profissionais. Algo que outros setores ainda terão de vivenciar com a chegada da inteligência artificial”, conclui Januária Simões, Head de Operações da Projelet.
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